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Do Morrer

 

Na primeira vez que morri
tão de repente
pensei que a morte fosse uma amiga
E tomei por carícia a mão de colheita
Na segunda vez que morri 
Deixei-me ir
Como fruto que se sabe pronto e doce
Rumo à boca voraz da incerteza
Na terceira vez que morri
Foi de amores 
Doce suicídio cultivado em sonho
Febril desejo de um eterno orgulho
E essa insistência no morrer
Foi me cansando
E me cansando o renascer de novo
Que enfim deixei de só passar na vida
Virei poeta agora eu já não morro.

 

Ramiro Luiz barbosa

 

 

 

 

 

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